Oscar de Melhor Fotografia: Os favoritos e seus Diretores de Fotografia
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À medida que o Oscar se aproxima, a categoria de Melhor Fotografia está repleta de grandes apostas. Neste post, vamos explorar cinco dos filmes favoritos às indicações e a arte por trás das lentes de seus renomados diretores de fotografia. Vamos nos aprofundar em seus trabalhos anteriores, estilos, técnicas e colaborações que podem levá-los a mais uma indicação e conquista do Oscar.
1º Filme: Duna - Parte 2
Direção de fotografia por Greig Fraser
‘Duna 2’. Foto: Divulgação/Warner Bros
Greig Fraser retorna em "Duna: Parte 2" com sua abordagem visual imersiva, aprimorando os elementos que lhe renderam um Oscar pelo primeiro filme. No entanto, ao contrário de "Duna" (2021), Fraser equilibra dessa vez a escala épica com momentos de intimidade entre os personagens, oferecendo um contraste poderoso entre o vasto deserto de Arrakis e a vulnerabilidade emocional de figuras como Paul Atreides (Timothée Chalamet) e Chani (Zendaya). Esse equilíbrio é um dos grandes trunfos da sequência, que mergulha tanto no mundo externo quanto nos conflitos internos.
A cinematografia de Fraser continua a impressionar com o uso de locações reais, capturando a vastidão do deserto com um realismo visual "esmagador", segundo críticos. Ele combina o uso de luz natural e sombras para dar profundidade e textura às cenas, intensificando a conexão emocional e o impacto visual. Seus movimentos de câmera fluidos, variando de planos aéreos a close-ups, envolvem o espectador em uma experiência visual que transmite tanto a imensidão dos conflitos quanto a intimidade das relações humanas.
‘Duna 2’. Foto: Divulgação/Warner Bros
Além de sua destreza técnica, Fraser se destaca pela inovação tecnológica, especialmente em sua capacidade de mesclar técnicas tradicionais e digitais. Seu trabalho em locações reais na Jordânia e Abu Dhabi é complementado pelo uso de ambientes virtuais, trazendo um equilíbrio entre o tangível e o tecnológico. Esse domínio técnico e artístico, aliado à capacidade de criar uma narrativa visual que reforça os temas de sobrevivência e resistência, coloca "Duna: Parte 2" como uma forte candidata ao Oscar de Melhor Fotografia, com chances de repetir o sucesso do primeiro filme.
2º Filme: Anora
Direção de fotografia por Drew Daniels
'Anora'. Foto: Divulgação/FilmNation Entertainment
Drew Daniels, um dos mais promissores diretores de fotografia de sua geração, é reconhecido por sua habilidade em capturar emoções profundas e autênticas por meio de sua câmera. Conhecido por seu trabalho em filmes independentes como "Waves" (2019) e "Red Rocket" (2021), e em séries como "Swarm" (2023) e "Euphoria" (2022), ele traz uma estética visceral e intimista. Em "Anora", sua colaboração com o diretor Sean Baker, Daniels utiliza sua marca registrada: o uso da luz natural, planos-sequência e composições assimétricas que realçam a complexidade emocional dos personagens. O filme já ganhou destaque internacional, com uma vitória da Palma de Ouro no Festival de Cannes.
O diferencial do trabalho de Daniels é o foco na intimidade e na psicologia dos personagens. Em "Anora", ele explora uma paleta de cores vibrante que reflete as mudanças emocionais ao longo da narrativa, uma técnica também vista em "Waves". Comparado a diretores de fotografia como Greig Fraser, Daniels se destaca por uma abordagem mais introspectiva, priorizando a conexão emocional em vez da grandiosidade visual.
Com uma carreira que continua a crescer, impulsionada por trabalhos aclamados pela crítica e pela vitória de "Anora" em Cannes, Drew Daniels está em uma posição sólida para conquistar reconhecimento nas maiores premiações da indústria, consolidando-se como um dos grandes nomes da cinematografia contemporânea. E um forte candidato ao Oscar de Melhor Fotografia em 2025.
3º Filme: Blitz
Direção de fotografia por Yorick Le Saux
'Blitz'. Foto: Divulgaçao/Apple Studios
Yorick Le Saux, conhecido por sua cinematografia sofisticada e atmosférica, traz uma abordagem visual marcante em "Blitz", sua colaboração com o aclamado diretor Steve McQueen. O filme, ambientado durante os bombardeios aéreos de Londres na Segunda Guerra Mundial, deve destacar o estilo característico de Le Saux, com seu uso magistral de luz natural e composições emotivas. Sua habilidade em explorar contrastes entre escuridão claustrofóbica e paisagens desoladas promete amplificar a tensão emocional do filme, destacando a resiliência dos personagens em meio à destruição.
Diferente de diretores de fotografia como Greig Fraser e Drew Daniels, que se concentram em grandes produções e dramas psicológicos, respectivamente, Le Saux se destaca por sua capacidade de infundir atmosfera e intimidade em cenários históricos. Tendo já demonstrado essa sensibilidade visual em trabalhos como "Personal Shopper" (2016) e "A Bigger Splash" (2015), Le Saux é conhecido por capturar tanto a vastidão dos cenários quanto os momentos mais íntimos, o que será crucial para a recriação histórica de uma Londres devastada pela guerra.
A alternância entre os ambientes mais sombrios dos abrigos subterrâneos e as amplas cenas da cidade destruída oferece a Le Saux a oportunidade de explorar simbolismos visuais fortes, intensificando a narrativa de luta pela sobrevivência. Combinando sua sensibilidade cinematográfica ao estilo visual meticuloso de McQueen, "Blitz" tem o potencial de se destacar na temporada de premiações, incluindo o Oscar de Melhor Fotografia.
4º Filme: Conclave
Direção de fotografia por Stéphane Fontaine
'Conclave'. Foto: Divulgação/Focus Feature
Stéphane Fontaine é um dos diretores de fotografia mais respeitados de sua geração, conhecido por suas colaborações com cineastas renomados como Jacques Audiard e Pablo Larraín, além de ter conquistado dois César Awards de Melhor Fotografia. Seu estilo visual combina realismo e tensão emocional, utilizando uma paleta de cores sutis e uma iluminação naturalista que cria ambientes imersivos que sempre mantêm o foco nos personagens.
Em "Conclave" (2024), Fontaine se junta ao diretor Edward Berger, famoso por "Nada de Novo no Front" (2022). A fotografia de Fontaine é crucial para estabelecer a tensão do filme, que se passa principalmente no Vaticano durante o processo de escolha do próximo Papa. Seu uso inteligente de iluminação baixa e sombras suaves reforça a atmosfera de mistério e poder, enquanto as composições meticulosas capturam tanto a monumentalidade da arquitetura quanto os momentos íntimos dos cardeais, permitindo uma conexão emocional profunda.
A técnica de Fontaine, que combina câmera estática e movimento limitado, intensifica a contemplação do processo eleitoral, transformando "Conclave" em um thriller político que também reflete sobre fé e poder. Com essa abordagem cuidadosa e atenta aos detalhes visuais, o filme se destaca como um forte candidato ao Oscar de Melhor Fotografia nessa temporada de premiações.
5º Filme: Nosferatu
Direção de fotografia por Jarin Blaschke
'Nosferatu'. Foto: Divulgação/Focus Feature
Jarin Blaschke, um dos diretores de fotografia mais inovadores do cinema contemporâneo, é conhecido por sua colaboração com Robert Eggers em obras como "O Farol" (2019) e "A Bruxa" (2015). Sua estética visual, que combina elementos do expressionismo e naturalismo, destaca-se pelo domínio da luz e sombra, além do uso de paletas de cores limitadas que criam uma atmosfera ao mesmo tempo aterrorizante e hipnotizante.
Em "Nosferatu" (2024), Blaschke reinventa o clássico de F.W. Murnau, trazendo uma abordagem que combina terror visual e elegância estilística. Sua fotografia remete ao cinema silencioso, utilizando um contraste extremo entre luz e sombra para enfatizar a natureza gótica da narrativa. A iluminação lateral e de baixo para cima cria sombras longas que intensificam a sensação de desconforto, enquanto a textura granulada e as cores esmaecidas evocam a estética dos filmes em preto e branco, enriquecidas por toques sutis de azul e cinza.
A composição de Blaschke em "Nosferatu" é meticulosamente planejada para criar tensão, com ângulos assimétricos e close-ups extremos que amplificam o clima do filme original. Seu uso de planos longos e imersivos faz com que o tempo pareça se arrastar, intensificando o terror psicológico. Diferentemente de Stéphane Fontaine, que se concentra na monumentalidade e na iluminação sutil, Blaschke se destaca por sua capacidade de mesclar a estética expressionista com um forte controle emocional, criando uma experiência visual que promete ser tanto inovadora quanto perturbadora. Com sua habilidade em combinar referências históricas e técnicas contemporâneas de iluminação, "Nosferatu" também é um forte concorrente ao Oscar de Melhor Fotografia.
Considerações Finais
Com uma lista tão diversificada e talentosa de diretores de fotografia, a corrida pelo Oscar 2025 promete ser emocionante. Cada um desses artistas traz uma abordagem única que não apenas enriquece a narrativa de seus filmes, mas também redefine a arte da cinematografia. À medida que nos aproximamos da cerimônia, será fascinante ver quem será reconhecido por sua contribuição excepcional à sétima arte.
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