Henri Cartier-Bresson, o pai do fotojornalismo
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Você já se perguntou como a fotografia se tornou uma forma de arte tão popular e acessível? Como chegamos a esse ponto em que podemos registrar qualquer momento com um simples clique no celular ou na câmera? Uma coisa é certa: se hoje a fotografia faz parte do nosso cotidiano, muito se deve a um nome que marcou o século XX: Henri Cartier-Bresson. Ele foi um dos primeiros a usar uma câmera de 35 mm, que lhe permitia ser rápido e discreto. Ele foi um dos fundadores do fotojornalismo, a arte de narrar histórias com imagens. Ele fotografou diversos acontecimentos históricos, como a Guerra Civil Espanhola, a Segunda Guerra Mundial, a libertação de Paris, a Revolução Chinesa, a independência da Índia, entre outros.
Ele também fotografou a vida cotidiana de pessoas comuns em vários países, com um olhar sensível e humanista. Ele também fotografou vários artistas e personalidades, como Picasso, Matisse, Sartre, Camus, entre outros. Mas o que faz a fotografia de Henri Cartier-Bresson ser tão especial e admirada? Qual é o seu segredo, a sua técnica, a sua filosofia? Como podemos nos inspirar nele e aplicar os seus ensinamentos na nossa própria fotografia?
Neste post, vamos tentar responder a essas perguntas, e mostrar como Henri Cartier-Bresson pode ser uma fonte de inspiração e aprendizado para todos os fotógrafos.
Henri Cartier-Bresson e o momento decisivo
O momento decisivo, segundo Henri Cartier-Bresson, é o instante preciso em que todos os elementos de uma cena se unem em harmonia, criando uma imagem que capta a essência do evento ou da situação. É aquele momento em que tudo se encaixa, em que a forma e o conteúdo se harmonizam, em que a beleza e a verdade se revelam. É aquele momento que não se repete, que não se pode prever, que só se pode sentir e registrar.
Cartier-Bresson falou sobre o momento decisivo em várias entrevistas, documentários e artigos, além de ilustrá-lo com as suas fotos. Ele explicou que para capturar o momento decisivo, era preciso ter técnica, criatividade e sensibilidade, além de tempo, sorte e oportunidade. Ele disse que o fotógrafo tinha que estar atento, antecipar, agir rápido, ser criativo, mas também preciso. Ele disse que o fotógrafo tinha que ser um artista, mas também um jornalista.
Veja o vídeo a seguir onde Henri Cartier Bresson compartilha insights sobre sua abordagem ao capturar o Momento Decisivo e discute o processo de composição por trás de suas fotografias. O vídeo está disponível em inglês, mas é possível ativar legendas em português.
Ele enfatiza a importância de identificar, com intuição, a fração criativa de segundo ao fotografar, na qual o olho do fotógrafo deve discernir uma composição ou expressão oferecida pela própria vida. Cartier Bresson destaca que é crucial saber exatamente quando acionar o clique da câmera, tornando-se, assim, criativo no momento preciso.
Como capturar o momento decisivo?
Capturar o momento decisivo não é uma tarefa fácil. Requer técnica, criatividade e sensibilidade. Requer também tempo, sorte e oportunidade. Mas existem algumas dicas e conselhos que podemos seguir para aumentar as nossas chances de conseguir esse feito. Vejamos alguns deles:
- Use uma câmera simples e discreta. Henri Cartier-Bresson usava uma câmera Leica de 35 mm, que lhe permitia ser rápido e silencioso. Ele não usava flash, tripé, filtros ou outros acessórios. Ele preferia a luz natural, o enquadramento preciso e o disparo rápido. Ele não fazia poses, nem manipulava as suas imagens. Ele buscava a naturalidade, a autenticidade e a verdade.
- Estude a composição e a geometria. Henri Cartier-Bresson tinha uma formação artística, e isso se refletia na sua fotografia. Ele tinha um senso estético apurado, e sabia como compor uma imagem com equilíbrio, harmonia e ritmo. Ele usava elementos como linhas, formas, cores, contrastes, sombras, reflexos, etc. para criar imagens dinâmicas e impactantes. Ele também usava a regra dos terços, a proporção áurea, o ponto de fuga, etc. para criar imagens com profundidade e perspectiva.
- Observe e antecipe. Henri Cartier-Bresson era um observador atento e curioso. Ele estava sempre atento ao que acontecia ao seu redor, e procurava captar os detalhes, as expressões, os gestos, as emoções. Ele também era capaz de antecipar o que iria acontecer, e se posicionar no lugar certo, na hora certa. Ele tinha uma intuição e uma visão que lhe permitiam prever o momento decisivo, e estar pronto para registrá-lo.
- Pratique e experimente. Henri Cartier-Bresson era um fotógrafo incansável e apaixonado. Ele fotografava todos os dias, em todos os lugares, em todas as situações. Ele fotografava tudo o que lhe interessava, desde os mais grandiosos aos mais triviais. Ele fotografava a história, a cultura, a política, a sociedade, a arte, a natureza, o amor, a morte. Ele fotografava a vida. Ele também experimentava diferentes ângulos, distâncias, planos, etc. Ele não tinha medo de errar, de perder, de falhar. Ele aprendia com a sua experiência, e aprimorava a sua técnica.
Coroação do Rei George VI, Londres, Inglaterra, 12 de maio de 1937 © Fundação Henri Cartier-Bresson / Magnum Photos
Atrás da Estação de Saint-Lazare - Henri Cartier-Bresson, Paris, 1932
Homem andando de bicicleta, França, 1932. Uma das primeiras e mais conhecidas das imagens feitas por Bresson
Como se inspirar em Henri Cartier-Bresson?
A melhor forma de se inspirar em Henri Cartier-Bresson é estudar a sua obra, a sua vida e o seu legado. Existem vários materiais que podem nos ajudar a conhecer melhor esse grande fotógrafo. Alguns deles são:
- Documentário que retrata a vida de Henri Cartier-Bresson, que mostra a vida e a obra, através de imagens, depoimentos, entrevistas e comentários, veja o documentário abaixo:
- site oficial de Henri Cartier-Bresson, que apresenta a sua obra, a sua biografia, a sua fundação, as suas exposições, as suas publicações e as suas citações. Você pode acessar o site aqui.
Além de estudar Henri Cartier-Bresson, podemos também tentar aplicar os seus ensinamentos na nossa própria fotografia. Podemos tentar usar uma câmera simples e discreta, estudar a composição e a geometria, observar e antecipar, praticar e experimentar. Podemos tentar capturar o momento decisivo, aquele instante fugaz e significativo que resume uma situação, uma emoção, uma história. Podemos tentar fotografar com a cabeça, o olho e o coração.
Henri Cartier-Bresson é um dos maiores fotógrafos de todos os tempos, e uma fonte de inspiração e aprendizado para todos os fotógrafos. Ele nos ensinou a ver, a sentir e a fotografar a vida. Ele nos deixou um legado imenso, que continua vivo e atual.
Agora é com você, já conhecia o fotógrafo Henri Cartier-Bresson e seu trabalho? Deixe aqui nos comentários!
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