Criatividade no Design de Álbuns com Celso Modeneze
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Celso Modeneze é formado em Publicidade e atua na área de design de álbuns para fotógrafos profissionais desde 2007. Buscando sempre trazer uma identidade única para momentos especiais de seus clientes, o diagramador cria belas histórias em forma de álbuns harmoniosos e criativos.
Além disso, Celso Modeneze ministra workshops sobre design de álbuns por todo o Brasil e também no exterior, além de prestar consultorias sobre design de álbuns para estúdios e fotógrafos(as) que queiram melhorar sua maneira de trabalhar com álbuns fotográficos.
A EPICS bateu um papo com o diagramador que conta mais detalhes sobre sua carreira, além de dicas para quem está começando na área.
Além disso, Celso Modeneze ministra workshops sobre design de álbuns por todo o Brasil e também no exterior, além de prestar consultorias sobre design de álbuns para estúdios e fotógrafos(as) que queiram melhorar sua maneira de trabalhar com álbuns fotográficos.
A EPICS bateu um papo com o diagramador que conta mais detalhes sobre sua carreira, além de dicas para quem está começando na área.
1. Como surgiu o seu interesse por diagramação e como se deu o início de sua carreira na área?
Com 17 pra 18 anos eu fui contratado para trabalhar na produção de uma encadernadora de álbuns aqui de Limeira, onde eu moro. Eu fazia a parte física do álbum, passando cola, montando os miolos e tudo mais. Eu havia começado a faculdade de Publicidade e Propaganda e sempre gostei de mexer com Photoshop. Tinha em mente que iria trabalhar na área de criação de agências de publicidade como profissão. Mas lá na encadernadora, trabalhando com os álbuns, alguns fotógrafos começaram a perguntar se nós não fazíamos também a diagramação e eu comecei a conhecer melhor esse mundo e pegar alguns trabalhos em paralelo.
Cheguei a me desligar da encadernadora quando consegui um emprego na minha área de publicidade, mas continuei com o contato dos fotógrafos, trabalhando nos álbuns no meu tempo livre e fazendo um dinheiro extra.
Então comecei a postar os trabalhos que eu fazia no Facebook e mais clientes foram surgindo e isso foi aumentando de forma que eu já conseguia fazer uma renda maior com esse trabalho do que com o meu trabalho registrado pela agência.
Foi então que eu percebi que havia uma demanda muito grande, num mercado ainda pouco explorado, afinal, havia pouquíssimas pessoas fazendo isso.
Então em 2011, quando completei 21 anos, pedi demissão do meu trabalho e comecei a trabalhar full time com diagramação e design e estou muito feliz com tudo que construi ao longo desses anos, ajudando o mercado a crescer e ao mesmo tempo trabalhando com algo que eu amo.
Com 17 pra 18 anos eu fui contratado para trabalhar na produção de uma encadernadora de álbuns aqui de Limeira, onde eu moro. Eu fazia a parte física do álbum, passando cola, montando os miolos e tudo mais. Eu havia começado a faculdade de Publicidade e Propaganda e sempre gostei de mexer com Photoshop. Tinha em mente que iria trabalhar na área de criação de agências de publicidade como profissão. Mas lá na encadernadora, trabalhando com os álbuns, alguns fotógrafos começaram a perguntar se nós não fazíamos também a diagramação e eu comecei a conhecer melhor esse mundo e pegar alguns trabalhos em paralelo.
Cheguei a me desligar da encadernadora quando consegui um emprego na minha área de publicidade, mas continuei com o contato dos fotógrafos, trabalhando nos álbuns no meu tempo livre e fazendo um dinheiro extra.
Então comecei a postar os trabalhos que eu fazia no Facebook e mais clientes foram surgindo e isso foi aumentando de forma que eu já conseguia fazer uma renda maior com esse trabalho do que com o meu trabalho registrado pela agência.
Foi então que eu percebi que havia uma demanda muito grande, num mercado ainda pouco explorado, afinal, havia pouquíssimas pessoas fazendo isso.
Então em 2011, quando completei 21 anos, pedi demissão do meu trabalho e comecei a trabalhar full time com diagramação e design e estou muito feliz com tudo que construi ao longo desses anos, ajudando o mercado a crescer e ao mesmo tempo trabalhando com algo que eu amo.
2. Como você enxerga a importância da contratação de um diagramador?
Eu penso que qualquer pessoa pode comprar uma câmera hoje e fazer suas próprias fotos, mas ela terá um resultado melhor se contratar um profissional. Na mesma maneira acontece com o design e a diagramação dos álbuns.
Também penso que a profissão "Fotógrafo", para muitas pessoas, é ser uma empresa toda em uma pessoa só. É ela quem cuida da publicidade, faz o atendimento, fotografa, faz a edição e o tratamento, ela é o SAC e o pós venda, o financeiro, o jurídico lidando com os contratos, enfim, são múltiplas atribuições. E claro que, dependendo da demanda, esse fotógrafo(a) até pode dar conta de fazer tudo, mas se ele quiser crescer, precisará encontrar atividades para delegar ou então, correrá o risco de não ter nada bem feito e/ou de procrastinar atividades essenciais para a empresa.
Vejo fotógrafos que deixam de trabalhar melhor o marketing, o atendimento e prospecção de clientes, porque estão envolvidos em tarefas de escolha de fotos, diagramação, pedidos de alteração e etc...
Então, por mais que a diagramação de álbum seja algo que o próprio fotógrafo PODE fazer, do meu ponto de vista, é também uma atividade, dentro as milhares que ele precisa cuidar na sua empresa, que ele pode tranquilamente DELEGAR e ao fazer isso, ganhar em qualidade no resultado final que ele entregará para o cliente dele e em tempo livre para dar atenção à outras atividades importantes.
Eu penso que qualquer pessoa pode comprar uma câmera hoje e fazer suas próprias fotos, mas ela terá um resultado melhor se contratar um profissional. Na mesma maneira acontece com o design e a diagramação dos álbuns.
Também penso que a profissão "Fotógrafo", para muitas pessoas, é ser uma empresa toda em uma pessoa só. É ela quem cuida da publicidade, faz o atendimento, fotografa, faz a edição e o tratamento, ela é o SAC e o pós venda, o financeiro, o jurídico lidando com os contratos, enfim, são múltiplas atribuições. E claro que, dependendo da demanda, esse fotógrafo(a) até pode dar conta de fazer tudo, mas se ele quiser crescer, precisará encontrar atividades para delegar ou então, correrá o risco de não ter nada bem feito e/ou de procrastinar atividades essenciais para a empresa.
Vejo fotógrafos que deixam de trabalhar melhor o marketing, o atendimento e prospecção de clientes, porque estão envolvidos em tarefas de escolha de fotos, diagramação, pedidos de alteração e etc...
Então, por mais que a diagramação de álbum seja algo que o próprio fotógrafo PODE fazer, do meu ponto de vista, é também uma atividade, dentro as milhares que ele precisa cuidar na sua empresa, que ele pode tranquilamente DELEGAR e ao fazer isso, ganhar em qualidade no resultado final que ele entregará para o cliente dele e em tempo livre para dar atenção à outras atividades importantes.
3. O que você busca ou prioriza ao diagramar um álbum?
Eu busco contar a história da melhor maneira possível. Criar uma narrativa com as fotografias, equilibrando os pesos das fotos, brincando com as sensações, com o ritmo, a repetição, o respiro, é nisso que está o meu foco ao diagramar um álbum.
Hoje com os softwares de automatização do processo de diagramação, corremos o risco de nos tornarmos “preguiçosos”, uma vez que não precisamos mais gastar tempo com a ferramenta em si, pois a maioria delas já entrega algo semi pronto pra você. Então gosto de dedicar um cuidado à essa questão da narrativa e do ato de contar a história.
Também há uma característica forte nos álbuns que faço que é a simetria. É uma característica forte dos álbuns que eu crio, pois sempre busco criar lâminas e álbuns simples, simétricos e equilibrados.
Eu busco contar a história da melhor maneira possível. Criar uma narrativa com as fotografias, equilibrando os pesos das fotos, brincando com as sensações, com o ritmo, a repetição, o respiro, é nisso que está o meu foco ao diagramar um álbum.
Hoje com os softwares de automatização do processo de diagramação, corremos o risco de nos tornarmos “preguiçosos”, uma vez que não precisamos mais gastar tempo com a ferramenta em si, pois a maioria delas já entrega algo semi pronto pra você. Então gosto de dedicar um cuidado à essa questão da narrativa e do ato de contar a história.
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4. Você diria que teria alguma tendência atualmente no design de álbuns?
Penso que não só no design de álbuns, mas uma tendência geral do consumidor na busca de produtos personalizados. Os clientes tem buscado cada vez mais produtos exclusivos, que tenham sido feitos sob medida para as suas necessidades, que tenha algo especial, pensado para ele.
Penso que o design de álbuns caminha no mesmo passo. Os álbuns do "estilo padrão", capa preta de couro com os nomes do casal escritos em uma fonte reta, numa chapinha de metal ao meu ver já estão completamente no passado.
Hoje os casais, as famílias, as pessoas em geral buscam por personalidade, por algo que seja pensado para elas e que elas possam sentir o cuidado por trás do produto/serviço.
Penso que não só no design de álbuns, mas uma tendência geral do consumidor na busca de produtos personalizados. Os clientes tem buscado cada vez mais produtos exclusivos, que tenham sido feitos sob medida para as suas necessidades, que tenha algo especial, pensado para ele.
Penso que o design de álbuns caminha no mesmo passo. Os álbuns do "estilo padrão", capa preta de couro com os nomes do casal escritos em uma fonte reta, numa chapinha de metal ao meu ver já estão completamente no passado.
Hoje os casais, as famílias, as pessoas em geral buscam por personalidade, por algo que seja pensado para elas e que elas possam sentir o cuidado por trás do produto/serviço.
5. O que um fotógrafo deve saber antes de contratar um diagramador?
Ele deve saber que ele é a ponte que liga o cliente dele ao diagramador e que é por ele que a comunicação irá fluir. Então, quanto mais informações relevantes ele colher e transmitir ao diagramador, mais conectado e assertivo o resultado será. Também é importante o fotógrafo verificar se a linha de criação desse diagramador é convergente com a linha de trabalho do próprio fotógrafo.
Ele deve saber que ele é a ponte que liga o cliente dele ao diagramador e que é por ele que a comunicação irá fluir. Então, quanto mais informações relevantes ele colher e transmitir ao diagramador, mais conectado e assertivo o resultado será. Também é importante o fotógrafo verificar se a linha de criação desse diagramador é convergente com a linha de trabalho do próprio fotógrafo.
6. Quais dicas você daria para os fotógrafos em relação à seleção das fotos para um álbum?
Eu, se fosse fotógrafo, entregaria as fotos para o meu cliente separadas em duas pastas:
Uma pasta com todas as fotos do evento, como é de costume e uma pasta com a minha seleção de fotos favoritas.
Muitas vezes o cliente acaba deixando de fazer o álbum por não conseguir escolher dentre 5 mil fotos as 100 melhores. Ou então ele deixa de fora do álbum fotos lindíssimas, pois na ânsia de olhar todas as fotos, passou por aquela e não notou isso.
Enfim, então a dica número 1 que eu daria para os fotógrafos é que eles usem a experiência deles na curadoria de fotos e auxiliem os clientes entregando uma pasta com as suas fotos favoritas.
Outra dica que eu daria é: Pense por momentos. Quando vamos fazer uma seleção de fotos, acabamos escolhendo fotos de momentos repetidos em ângulos diferentes (entrada da noiva é um clássico momento que se repetem muitas fotos, por exemplo). Sabendo que o álbum será construído por lâmina e cada lâmina irá agrupar uma coleção de determinando “momento”, quando fazemos escolhas repetidas/parecidas, cria-se uma disputa entre uma foto e outra, o que termina geralmente em poluição visual.
É melhor você deixar de fora uma foto nota 7, para que uma foto nota 10 possa ocupar um espaço maior da lâmina, do que deixar ambas as fotos pequenas no álbum.
Eu, se fosse fotógrafo, entregaria as fotos para o meu cliente separadas em duas pastas:
Uma pasta com todas as fotos do evento, como é de costume e uma pasta com a minha seleção de fotos favoritas.
Muitas vezes o cliente acaba deixando de fazer o álbum por não conseguir escolher dentre 5 mil fotos as 100 melhores. Ou então ele deixa de fora do álbum fotos lindíssimas, pois na ânsia de olhar todas as fotos, passou por aquela e não notou isso.
Enfim, então a dica número 1 que eu daria para os fotógrafos é que eles usem a experiência deles na curadoria de fotos e auxiliem os clientes entregando uma pasta com as suas fotos favoritas.
Outra dica que eu daria é: Pense por momentos. Quando vamos fazer uma seleção de fotos, acabamos escolhendo fotos de momentos repetidos em ângulos diferentes (entrada da noiva é um clássico momento que se repetem muitas fotos, por exemplo). Sabendo que o álbum será construído por lâmina e cada lâmina irá agrupar uma coleção de determinando “momento”, quando fazemos escolhas repetidas/parecidas, cria-se uma disputa entre uma foto e outra, o que termina geralmente em poluição visual.
É melhor você deixar de fora uma foto nota 7, para que uma foto nota 10 possa ocupar um espaço maior da lâmina, do que deixar ambas as fotos pequenas no álbum.
7. Como o fotógrafo pode pensar na composição na hora do clique, que ajudaria na diagramação?
Para criar capas de álbuns com maior facilidade, se o fotógrafo prever que ele precisará de uma espaço bacana para colocar os nomes, ele pode já preparar a foto para isso.
Se ele estiver num ensaio aberto durante o dia, por exemplo, ele pode fazer alguns cliques deixando mais céu acima, onde depois poderá aplicar ali a identidade visual. Se ele estiver num evento noturno, com muita informação de texturas e decoração, ele pode procurar intencionalmente um fundo mais neutro possível e fazer um retrato do casal ali, pois certamente ele poderá ampliar aquele fundo e construir a capa com maior facilidade.
Se o fotografo vai fazer um ensaio na casa do cliente, como um ensaio gestante ou newborn por exemplo, pode fazer fotos da decoração do quarto, dos padrões do papel de parede e dos detalhes das pelúcias e quadros do quarto do bebê. Cada um desses detalhes pode servir como base e inspiração para a criação da identidade visual do álbum.
Para criar capas de álbuns com maior facilidade, se o fotógrafo prever que ele precisará de uma espaço bacana para colocar os nomes, ele pode já preparar a foto para isso.
Se ele estiver num ensaio aberto durante o dia, por exemplo, ele pode fazer alguns cliques deixando mais céu acima, onde depois poderá aplicar ali a identidade visual. Se ele estiver num evento noturno, com muita informação de texturas e decoração, ele pode procurar intencionalmente um fundo mais neutro possível e fazer um retrato do casal ali, pois certamente ele poderá ampliar aquele fundo e construir a capa com maior facilidade.
Se o fotografo vai fazer um ensaio na casa do cliente, como um ensaio gestante ou newborn por exemplo, pode fazer fotos da decoração do quarto, dos padrões do papel de parede e dos detalhes das pelúcias e quadros do quarto do bebê. Cada um desses detalhes pode servir como base e inspiração para a criação da identidade visual do álbum.
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8. Com sua experiência e conhecimento, qual conselho você daria para designers que estão começando na área de diagramação?
A vida criativa é uma caminhada sem nenhuma certeza clara da linha de chegada (do projeto pronto). O designer não sabe se vai ou não encontrar boas ideias pelo caminho para terminar o que desejou. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Mas tem UMA coisa que está no nosso absoluto controle... O COMEÇO, a largada, o sentar à bunda na cadeira e começar, o famoso “colocar a mão na massa”. É a única etapa que você tem domínio. O conselho que posso dar hoje é esse: COMECE! Comece aquele projeto que você tem na cabeça e comece com muita energia. Se vai dar certo? Não sei. Só tenho certeza que NÃO DARÁ certo se não começar.
A vida criativa é uma caminhada sem nenhuma certeza clara da linha de chegada (do projeto pronto). O designer não sabe se vai ou não encontrar boas ideias pelo caminho para terminar o que desejou. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀
Mas tem UMA coisa que está no nosso absoluto controle... O COMEÇO, a largada, o sentar à bunda na cadeira e começar, o famoso “colocar a mão na massa”. É a única etapa que você tem domínio. O conselho que posso dar hoje é esse: COMECE! Comece aquele projeto que você tem na cabeça e comece com muita energia. Se vai dar certo? Não sei. Só tenho certeza que NÃO DARÁ certo se não começar.
Sobre o Autor
Felipe Feper
Jornalista e produtor de conteúdo na EPICS e no MultimodoBR
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