Como superar a crise do mercado de eventos sem pirar
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Nessa vida louca de ser fotógrafa e microempresária, estudo muito, participo de lives e cursos online e presenciais de fotografia sempre que posso. Sempre mesmo! Isso me faz conhecer colegas e situações de todo tipo, de todos os níveis. Gente que está começando, alguns que estão há tempos no mercado e não conseguem se organizar, outros que são super profissionalizados e consolidados. A verdade é que a maioria começa a fotografar por paixão, mas só se dá conta de que ser um fotógrafo profissional é ser também um empresário quando a coisa já está acontecendo.
Maaaas, (sempre tem um "mas") nenhum de nós poderia imaginar uma crise como esta que estamos vendo agora em razão do Covid-19 e a pandemia que se alastrou pelo mundo todo, praticamente. Nem nas mais terríveis previsões cogitávamos a parada total do mercado de eventos e do mercado fotográfico.
A área de eventos sociais está em standby, sem previsão de retorno. Casamentos, formaturas, aniversários foram cancelados ou adiados temporariamente. Empresas e profissionais dessa área estão enfrentando todo tipo de prejuízos reais imediatos ou futuros e tiveram de rever suas finanças, seus planos e sonhos. Quanto a nós, fotógrafos de eventos, não tivemos prejuízos com matéria-prima, insumos ou trabalhistas, mas estamos lidando com a diária incerteza de quando poderemos retomar nossa rotina de captação de clientes, fechamento de contratos e trabalhos aos finais de semana.
E é por isso, e observando as movimentações do mercado, que resolvi compartilhar algumas dicas de ações que me ajudaram a não surtar no exato minuto em que percebi que os próximos meses seriam muito desafiadores:
1- Mapeie seus gastos e custos.
Apps, planilha de Excel, caderninho, não sei. Use a ferramenta que você preferir, mas anote tudo o que você gasta na sua vida pessoal (custos fixos e variáveis) e para fazer o seu trabalho. Tu-do. E também saiba quanto você gasta para realizar o seu trabalho. Por exemplo, quanto custa pra você fotografar um casamento? Quanto vale a sua hora de edição, quanto você gasta de deslocamento, o preço de produção do álbum, quanto você paga pelo freela e assim sucessivamente.
2- Não gaste tudo o que você ganha.
Entrou a grana de um ensaio ou de um evento? Você não tá rico! Guarde parte dela. Na poupança ou em um outro investimento (não é a melhor hora, mas vai melhorar). O ideal é que você guarde o máximo possível, mas se não der, reserve pelo menos uma quantia que cobriria o custo daquele trabalho. Agora pode ser que não entre nada, mas quando os clientes voltarem, aplique essa.
3- Tenha uma reserva de emergência.
Essa tem a ver com o item 2, mas ampliando um pouco. A reserva de emergência deve ser maior do que aquela parte que você guardou no item 2. Então, sua reserva será composta pelo custo do seu serviço + um pouco. Especialistas dizem que deveria ser de 10 a 20% do valor composto pelo seu custo fixo mensal + a sua despesa variável. Mas, o importante é: tenha um "caixinha". Algo que possa te manter por um tempo se você não trabalhar (é a nossa realidade agora!)
4- Não faça contratos onde o cliente pode pagar percentuais grandes muito próximo do evento (exemplo: 50% na reserva e 50% na semana do casamento).
Quem trabalhou assim até agora, provavelmente não tem nada para receber nos próximos 3 meses. Eu tenho vários eventos em aberto que não puderam acontecer e que os clientes ainda não definiram a data. Mas, praticamente todos estavam pagos ou faltava 1 parcela baixa. Ou seja, é melhor diluir os pagamentos em mais parcelas. Se você tem contratos cujos pagamentos serão só em novembro ou dezembro, por exemplo, fale com seus clientes para ver se eles não podem diluir esses valores a partir de agora.
Veja também: Contrato de fotografia, como fazer?
5- Tenha atitude durante uma crise.
Essa última dica tem a ver com o que está acontecendo agora. Não finja demência, não espere seu cliente procurá-lo para falar sobre o evento dele. Seja pró-ativo e avise-o que você está disponível para re-agendar a data dele sem custo extra. Antecipe-se e já fale com seus clientes de maio, se eles ainda não se manifestaram. Isso mostra que você está seguro e que sabe o que está fazendo.
Deixando claro que eu não sou economista, nem especialista de nada. Eu sou fotógrafa! Dona do meu pequeno negócio e vivo na pele os desafios diários disso. E quis compartilhar com você o que funciona para mim.
No meio dessa pandemia, me vejo preocupada sim, muitas vezes. Mas, também percebi que eu não sou a mais desesperada justamente porque pratiquei esses 5 passos que mostrei aqui. E isso eu aprendi durante as outras atividades profissionais que já tive, durante os tantos cursos que fiz e aprendo todos os dias com pessoas que compartilham seu conhecimento, muitas vezes de forma gratuita. Organize-se agora que você está com tempo, estude e prepare-se para os próximos meses, pois eles serão desafiadores!
O que achou? Comente abaixo!
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