Entrevistamos um fotógrafo cego
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Em 2002, quando tinha 28 anos, o jovem João Maia, de Bom Jesus (cidade de pouco mais de 20 mil habitantes no Piauí), foi acometido por uma uveíte bilateral, doença que inflama os olhos. A doença faria João perder a visão e passar a enxergar apenas vultos e algumas cores, mas também o alçaria a uma condição de exemplo e superação, como artista e como ser humano.
Quatorze anos mais tarde, em 2016, João se tornaria o primeiro fotógrafo com deficiência visual a cobrir uma paralimpíada. Quando questionavam sobre como conseguia fazer as fotos sem ver, a resposta era simples: “eu vejo com o coração”. Foi durante a Rio 2016 que João ganhou o mundo ao registrar jogos de natação, atletismo, ciclismo, basquete, e muitas outras modalidades. (Vale ressaltar que fotografar esportes exige muita sensibilidade para captar os momentos mais propícios!)
Quatorze anos mais tarde, em 2016, João se tornaria o primeiro fotógrafo com deficiência visual a cobrir uma paralimpíada. Quando questionavam sobre como conseguia fazer as fotos sem ver, a resposta era simples: “eu vejo com o coração”. Foi durante a Rio 2016 que João ganhou o mundo ao registrar jogos de natação, atletismo, ciclismo, basquete, e muitas outras modalidades. (Vale ressaltar que fotografar esportes exige muita sensibilidade para captar os momentos mais propícios!)
Pois bem: mas sensibilidade não é empecílio para João, que sente o momento certo do clique com base no som (que ecoava dos atletas e das arquibancadas), e também através das sua percepção, que o permite sentir a vibração de cada momento. “A minha audição me norteia”, diz João. E aconselha: "antes de fotografar, pare, pense, estude o lugar, sinta a energia ao redor, a luz, os cheiros, tente descobrir a história que há por trás de tudo antes de clicar. Isso tudo compõe as minhas imagens”.
Outro fator que ajudou João é o fato de ter sido competidor depois de perder a visão. “Pratiquei natação, corrida de rua com guia, provas de velocidade, mas me destaquei no arremesso de peso e lançamento de dardo”, afirma. João participou de várias competições importantes, e até da seletiva do Comitê Paralímpico Brasileiro, mas não atingiu os índices requisitados. “O esporte me agregou valores e uma autoconfiança na fotografia. Ele me proporcionou conhecer as provas que eu iria fotografar”.
João ainda conta que procura conversar e estudar com os amigos atletas, para entender como funciona cada prova. “Isso me dá embasamento para as minhas fotografias”.
Mas antes disso tudo, João já era imerso no universo da fotografia. O primeiro contato com a fotografia veio ainda jovem, durante o ensino médio, mas o primeiro curso profissionalizante foi durante 2008-2012, pelo projeto Alfabetização Visual, do SENAC Santo Amaro SP Cap. “A partir daí, aumentei meu currículo e tomei gosto pela arte e percebi que poderia ver muito além do que meus olhos permitiam”.
HOJE EM DIA
Atualmente, o setup utilizado pelo fotógrafo é uma Canon EOS 70D; uma lente EF 50 mm f/1.8 STM (que João considera sua xodó); uma EF 70-200 mm f/2.8 L USM; além da lente do kit, a EF-S 18-135 mm f/3.5-5.6.
Hoje com 42 anos, João mora em São Paulo, capital, e continua fotografando. “Já fiz casamentos, eventos sociais, natureza, tudo, eu sempre ando com minha câmera na mão. Hoje eu continuo fotografando todo o calendário paralímpico no Estado de SP, e estou com um projetando uma exposição sobre flores. Recentemente também fotografei a trilha da fumaça, e também estou produzindo de retratos em preto e branco”, conta João, que além de fotógrafo passou a ministrar palestras, oficinas e workshops por todo Brasil, e caminha para cobrir as paralimpíadas de Tokyo, em 2020.
Visite o site do João Maia: Fotografia Cega
LEIA MAIS > Fotógrafo quebra tabu de que boas fotos dependem de equipamentos caros
CONFIRA ALGUNS CLIQUES DE JOÃO MAIA NAS PARALIMPÍADAS (Créditos: João Maia):
Outro fator que ajudou João é o fato de ter sido competidor depois de perder a visão. “Pratiquei natação, corrida de rua com guia, provas de velocidade, mas me destaquei no arremesso de peso e lançamento de dardo”, afirma. João participou de várias competições importantes, e até da seletiva do Comitê Paralímpico Brasileiro, mas não atingiu os índices requisitados. “O esporte me agregou valores e uma autoconfiança na fotografia. Ele me proporcionou conhecer as provas que eu iria fotografar”.
João ainda conta que procura conversar e estudar com os amigos atletas, para entender como funciona cada prova. “Isso me dá embasamento para as minhas fotografias”.
Mas antes disso tudo, João já era imerso no universo da fotografia. O primeiro contato com a fotografia veio ainda jovem, durante o ensino médio, mas o primeiro curso profissionalizante foi durante 2008-2012, pelo projeto Alfabetização Visual, do SENAC Santo Amaro SP Cap. “A partir daí, aumentei meu currículo e tomei gosto pela arte e percebi que poderia ver muito além do que meus olhos permitiam”.
HOJE EM DIA
Atualmente, o setup utilizado pelo fotógrafo é uma Canon EOS 70D; uma lente EF 50 mm f/1.8 STM (que João considera sua xodó); uma EF 70-200 mm f/2.8 L USM; além da lente do kit, a EF-S 18-135 mm f/3.5-5.6.
Hoje com 42 anos, João mora em São Paulo, capital, e continua fotografando. “Já fiz casamentos, eventos sociais, natureza, tudo, eu sempre ando com minha câmera na mão. Hoje eu continuo fotografando todo o calendário paralímpico no Estado de SP, e estou com um projetando uma exposição sobre flores. Recentemente também fotografei a trilha da fumaça, e também estou produzindo de retratos em preto e branco”, conta João, que além de fotógrafo passou a ministrar palestras, oficinas e workshops por todo Brasil, e caminha para cobrir as paralimpíadas de Tokyo, em 2020.
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CONFIRA ALGUNS CLIQUES DE JOÃO MAIA NAS PARALIMPÍADAS (Créditos: João Maia):
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